sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tractatus-Mystico-Philosophicus Parte II

1.4.5. Só podemos falar em Hierarquias se entendermos tal gradação.


1.4.6. O aberto e o abismo permitem que o ser trafegue entre o Um e o Múltiplo. Ser e quem, pois, são o mesmo.

1.5. O mundo de quem é sempre o seu mundo. O mundo dos outros se dá nesta esfera. A pertença desta multilplicidade responde pelo Múltiplo, enquanto a unidade traduz o Um. Quem é o outro é sempre uma resposta àquilo que pode aprimorar a consciência de quem.

1.5.1. Só o silêncio pode responder ao todo desta consciência. Meu mundo e o mundo dos outros desaparecem para dar lugar ao todo estrutural da Negatividade, do Um e do Múltiplo.

1.5.2. Angústia, desprendimento e serenidade são apenas, ainda, estágios desta consciência. Chamamos de Iluminação o estado em que o quem é e não é, está e não está, conhece e não conhece, é Um e muitos, e não é Nada. E apenas isto.

1.5.3. Apenas a mística pode aceitar, apreender e empreender tal percurso.

1.5.4. A proposição 1.5.3 é definitiva para tudo o que foi exposto até aqui.

1.5.5. O porquê é sempre articulação da esfera do Múltiplo. Libertar-se do porquê é trafegar no caminho que vai do Múltiplo ao Um.

1.5.6. Conhecimento é apreensão total daquilo que é. Tal apreensão não fala de um dentro e de um fora. Toda separação é ignorância.

1.6.1. Conhecimento, portanto, é um unir-se aquilo que reintegra.

1.6.2. A Verdade, o que se conhece, é o ser.

1.6.3. A proposição 1.4.6. esclarece isto.

1.6.4. Não pode haver nem mesmo um questionar sobre o que é. O ser se responde sendo. Não cabe perguntar: por que há o quem? Toda pergunta é uma ânsia de comunhão, de unidade.

1.6.5. Comungar consigo mesmo é uma tautologia.

1.6.6. Podemos equacionar Deus e ser e tudo permanece na mesma. À pergunta quem é Deus, devemos nos voltar apenas ao quem. O paradoxo é que não há tal pergunta, apenas uma afirmação: eu sou! Em termos da analítica: existe algo que diz que é.

1.6.7. Vontade e ser também são o mesmo.

 
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