1. O Um é. O Múltiplo é.
1.1. Limite é toda apreensão do Um no múltiplo.
1.2. Para tudo o que há, para tudo o que ocorre, interessa apenas saber o quem.
1.2.1. Mundo, destino, cosmos só o são para o quem.
1.2.2. O quem é o homem mesmo em toda a sua essencialidade e não-essencialidade.
1.3. Movimento é toda passagem entre o Um e o Múltiplo.
1.3.1. Tempo e espaço são ocorrências definitivas naquilo que há para o quem como a priori do Movimento.
1.3.2. Tempo e espaço são, portanto, coagulações do Um no Múltiplo. O Movimento se estagna como apreendido.
1.3.3. A fragmentação fala, ao contrário, da instalação do Múltiplo no Um.
1.3.4. Quem é sempre, a um só tempo, Um e Múltiplo.
1.3.5. O Paradoxo, sendo, determina o solo em que a Lógica não pode mais dar conta daquilo que é. A esfera que extrapola até mesmo o paradoxo determinamos como Negatividade.
1.3.6. O sono sem sonho e o estado zero da mente na meditação são os momentos em que o quem visita a Negatividade.
1.3.7. Zero e um perfazem, portanto, um salto entre a Negatividade e o Um, o Múltiplo.
1.3.8. Em Cabala: De Ain para Kether para Malkuth.
1.4. Todo caminho é uma articulação desta diferença.
1.4.1. Toda gradação ontológica do caminho é estabelecida por um grau de aproximação ou distância entre o Um e o Múltiplo.
1.4.2. Pensemos num escultor. À sua frente está um bloco de mármore – Malkuth. Ao pensar em fazer uma escultura – Kether – há apenas uma unidade em infinitas possibilidades. Escultura é vazio de múltiplos neste estágio. Apenas ao retirar um exemplo - o rosto de um deus – se dá um desdobramento em si mesmo do Um na mente. O trabalho em si é um maior distanciamento da unidade em relação ao que foi pensado.
1.4.3. Consciência é todo Um e Múltiplo. O ser-consciente é a gradação que permite se dar conta de que há Um e Múltiplo. O quem responde pelo maior grau desta compreensão.
1.4.4. Toda compreensão nada mais é do que a consciência num de seus aspectos de Múltiplo.
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sábado, 10 de julho de 2010
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