sábado, 31 de julho de 2010

Tractatus-Mystico-Philosophicus Final

1.7.2. A âncora existencial é o recipiendário de nossos códigos de manutenção daquilo que fomos ensinados a entender como mundo: uma consciência adquirida e não conquistada.


1.7.3. Os códigos respondem pela manutenção.

1.7.4. Medo é presente, apego é passado e dúvida é futuro.

1.7.5. Eu sou não é estar no presente, mas sim equacionar numa igualdade o presente, passado e futuro. É o ser-centro.

1.7.6. Todo medo é físico, por isso a tradição o coloca no elemento terra. Apego é o que passou, o vento. Dúvida é aquilo que não vemos com definição, um dos quatro princípios da água.

1.7.7. Só o fogo, a Vontade, pode operar a alquimia de uma transmutação do quem em ser-dominante.

1.7.8. Toda Vontade é conjugação e coito.

1.7.9. Só o Amor, pode, portanto, manter a clareza da Vontade.

1.7.10. Luz é como vemos a Vontade em si mesma.

1.7.11. Vida é a realização do Amor.

1.7.12. O Amor é a reintegração.



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2 comentários:

  1. Olá, Marçal, segui sua sugestão e fui pesquisar seu blogue no google.
    Deparo-me com questões interessantes, um "resgate pós-moderno" - se é que posso assim dizer - das Penseés (tou re-vendo Pascal), admito que dei apenas uma vista d' olhos nos Tractatus I, II e III, mas continuo com a mesma sensação. Confesso que ainda não tinha associado os quatro elementais da natureza sob essa perspectiva que tu nos coloca, vai ver a minha ignorância é tanta e é mesmo, que na maioria das vezes me deixo embalar por Rousseau em seu livro, Os devaneios do caminhante solitário, e resigno-me em saber que "a experiência sempre instrui, reconheço-o: contudo, é proveitoso apenas para o que temos à nossa frente. No momento de morrer, haverá tempo de aprender como deveríamos ter vivido"? Um conforto para justificar meu desconhecimento sobre um/o mundo que não sei... Por outro lado, que elemento poderíamos atribuir à vaidade? Sim, porque sou vaidosa quando admito que compreendo alguma coisa, risos, sou vaidosa quando sei, que sei, embora não saiba de quase nada. Entretanto tenho a ousadia de discordar do um ponto sete ponto onze...
    Estarei por aqui e obrigada pelo convite.

    Abraço!

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  2. Canto da Boca: Valeu pela visita e pelo comentário. Bem, creio que a vaidade está associada - em termos herméticos, é lógico - ao elemento água, já que os hermetistas entendem que este elemento possui quatro acepções: líquido - as emoções, as percepções cambiáveis; sólido - sentimentos difíceis de transmutar como ira, mágoa, etc; gasoso - o aspecto de clareza das emoções - e estado de neve - os sentimentos e emoções que podemos modelar mais facilmente. Quanto à proposição 1.7.11, desde os estudos de Mathers, Ross, Lewis e Crowley que o amor é associado com a atração entre as polaridades (um dos axiomas essenciais do Caibalion e da ciência hermética) e isso não significa passividade ou tranquilidade eternas, mas lembra muito mais a proposição de Heráclito que afirma que a guerra é pai de todas as coisas. Em grego, guerra se diz pólemos e isso já indica a polaridade. Sendo assim ,a vida é a essência da polaridade com suas manifestações de união e separação, luz e trevas, etc. Creio que essa é a visão fundamental da proposição. Novamente, obrigado pela visita e sempre estarei dando uma lida nas suas postagens também. Espero lhe "encontrar" mais vezes por aqui. Saudações. Marçal.

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