sábado, 31 de julho de 2010

Tractatus-Mystico-Philosophicus Final

1.7.2. A âncora existencial é o recipiendário de nossos códigos de manutenção daquilo que fomos ensinados a entender como mundo: uma consciência adquirida e não conquistada.


1.7.3. Os códigos respondem pela manutenção.

1.7.4. Medo é presente, apego é passado e dúvida é futuro.

1.7.5. Eu sou não é estar no presente, mas sim equacionar numa igualdade o presente, passado e futuro. É o ser-centro.

1.7.6. Todo medo é físico, por isso a tradição o coloca no elemento terra. Apego é o que passou, o vento. Dúvida é aquilo que não vemos com definição, um dos quatro princípios da água.

1.7.7. Só o fogo, a Vontade, pode operar a alquimia de uma transmutação do quem em ser-dominante.

1.7.8. Toda Vontade é conjugação e coito.

1.7.9. Só o Amor, pode, portanto, manter a clareza da Vontade.

1.7.10. Luz é como vemos a Vontade em si mesma.

1.7.11. Vida é a realização do Amor.

1.7.12. O Amor é a reintegração.



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domingo, 25 de julho de 2010

Tractatus-Mystico-Philosophicus Parte III

1.6.8. Só o desejo é que responde pelo quem no múltiplo de suas tarefas.

1.6.9. Vontade é sempre substantivo - unidade – e o desejo é sempre verbo – querer- portanto múltiplo.

1.6.10. A Vontade, na multiplicidade, é que responde pelo a priori de todo desejo. Quanto mais distante do Um mais enraizado na diferença se encontra o querer. Toda distância e diferença produzem antagonismos.

1.6.11. Eis as palavras da tradição: Sansara é o mesmo que Nirvana.

1.6.12. O fora de Sansara não diz especificamente um fora. Trata-se de um modo diferente. No Tao não é o fora do círculo, mas deixar-ser aquilo que perfaz a vibração primordial.

1.6.13. Falar de Vontade Divina e Vontade Humana é uma contradição. Só há uma Vontade. Tal distinção só pode servir como base para uma alegoria do Movimento que se opera entre o Um e o Múltiplo.

1.6.14. O ser é – o imanente – e o não-ser não é, o transcendente, são o um e o zero daquilo que é Ser. A Polaridade se assume como o que se mostra se ocultando.

1.7. O campo de atuação da consciência de quem é o campo de atuação de seu mundo.

1.7.1. Pela Polaridade, se pode evidenciar uma dupla direção de manutenção deste mundo. Toda ascensão é partícipe de uma gravidade de manutenção.

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sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tractatus-Mystico-Philosophicus Parte II

1.4.5. Só podemos falar em Hierarquias se entendermos tal gradação.


1.4.6. O aberto e o abismo permitem que o ser trafegue entre o Um e o Múltiplo. Ser e quem, pois, são o mesmo.

1.5. O mundo de quem é sempre o seu mundo. O mundo dos outros se dá nesta esfera. A pertença desta multilplicidade responde pelo Múltiplo, enquanto a unidade traduz o Um. Quem é o outro é sempre uma resposta àquilo que pode aprimorar a consciência de quem.

1.5.1. Só o silêncio pode responder ao todo desta consciência. Meu mundo e o mundo dos outros desaparecem para dar lugar ao todo estrutural da Negatividade, do Um e do Múltiplo.

1.5.2. Angústia, desprendimento e serenidade são apenas, ainda, estágios desta consciência. Chamamos de Iluminação o estado em que o quem é e não é, está e não está, conhece e não conhece, é Um e muitos, e não é Nada. E apenas isto.

1.5.3. Apenas a mística pode aceitar, apreender e empreender tal percurso.

1.5.4. A proposição 1.5.3 é definitiva para tudo o que foi exposto até aqui.

1.5.5. O porquê é sempre articulação da esfera do Múltiplo. Libertar-se do porquê é trafegar no caminho que vai do Múltiplo ao Um.

1.5.6. Conhecimento é apreensão total daquilo que é. Tal apreensão não fala de um dentro e de um fora. Toda separação é ignorância.

1.6.1. Conhecimento, portanto, é um unir-se aquilo que reintegra.

1.6.2. A Verdade, o que se conhece, é o ser.

1.6.3. A proposição 1.4.6. esclarece isto.

1.6.4. Não pode haver nem mesmo um questionar sobre o que é. O ser se responde sendo. Não cabe perguntar: por que há o quem? Toda pergunta é uma ânsia de comunhão, de unidade.

1.6.5. Comungar consigo mesmo é uma tautologia.

1.6.6. Podemos equacionar Deus e ser e tudo permanece na mesma. À pergunta quem é Deus, devemos nos voltar apenas ao quem. O paradoxo é que não há tal pergunta, apenas uma afirmação: eu sou! Em termos da analítica: existe algo que diz que é.

1.6.7. Vontade e ser também são o mesmo.

 
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sábado, 10 de julho de 2010

Tractatus-Mystico-Philosophicus Parte I

1. O Um é. O Múltiplo é.

1.1. Limite é toda apreensão do Um no múltiplo.

1.2. Para tudo o que há, para tudo o que ocorre, interessa apenas saber o quem.

1.2.1. Mundo, destino, cosmos só o são para o quem.

1.2.2. O quem é o homem mesmo em toda a sua essencialidade e não-essencialidade.

1.3. Movimento é toda passagem entre o Um e o Múltiplo.

1.3.1. Tempo e espaço são ocorrências definitivas naquilo que há para o quem como a priori do Movimento.

1.3.2. Tempo e espaço são, portanto, coagulações do Um no Múltiplo. O Movimento se estagna como apreendido.

1.3.3. A fragmentação fala, ao contrário, da instalação do Múltiplo no Um.

1.3.4. Quem é sempre, a um só tempo, Um e Múltiplo.

1.3.5. O Paradoxo, sendo, determina o solo em que a Lógica não pode mais dar conta daquilo que é. A esfera que extrapola até mesmo o paradoxo determinamos como Negatividade.

1.3.6. O sono sem sonho e o estado zero da mente na meditação são os momentos em que o quem visita a Negatividade.

1.3.7. Zero e um perfazem, portanto, um salto entre a Negatividade e o Um, o Múltiplo.

1.3.8. Em Cabala: De Ain para Kether para Malkuth.

1.4. Todo caminho é uma articulação desta diferença.


1.4.1. Toda gradação ontológica do caminho é estabelecida por um grau de aproximação ou distância entre o Um e o Múltiplo.

1.4.2. Pensemos num escultor. À sua frente está um bloco de mármore – Malkuth. Ao pensar em fazer uma escultura – Kether – há apenas uma unidade em infinitas possibilidades. Escultura é vazio de múltiplos neste estágio. Apenas ao retirar um exemplo - o rosto de um deus – se dá um desdobramento em si mesmo do Um na mente. O trabalho em si é um maior distanciamento da unidade em relação ao que foi pensado.

1.4.3. Consciência é todo Um e Múltiplo. O ser-consciente é a gradação que permite se dar conta de que há Um e Múltiplo. O quem responde pelo maior grau desta compreensão.

1.4.4. Toda compreensão nada mais é do que a consciência num de seus aspectos de Múltiplo.

 
 
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